03 dezembro 2008


- deus, me faz virar um pássaro

18 novembro 2008

Tu me acostumbraste, a todas esas cosas
Y tu me enseñaste, que son maravillosas

Sutil llegaste a mi como una tentación
Llenando de inquietud mi corazón

Yo no yo no concebia como se quería
En tu mundo raro y por ti aprendí
Por eso me pregunto al ver que me olvidaste
Por que no me enseñaste cómo se vive sin ti

10 novembro 2008

não existe anestesia.


saí dali sem querer falar, sem querer olhar na sua cara. eu queria era fumar um cigarro, sair correndo, mas tava chovendo e eu tinha que ficar ali parada, tentando digerir todas as palavras que mal tinham descido guela abaixo. eu fiquei ali pensando em como dói ter a certeza de que não existe anestesia nenhuma, eu estava completamente lúcida, seca, real. aqueles dois.




não existe anestesia pra dor que é a palavra

08 novembro 2008

“{…} no fim desses dias encontrar você que me sorri, que me abre os braços, que me abençoa, e passa a mão na minha cara marcada, no que resta de cabelos na minha cabeça confusa, que me olha no olho e me permite mergulhar no fundo quente da curva do teu olho. Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços, você cobre com a boca meus ouvidos entupidos de buzinas, versos interrompidos, escapamentos abertos, tilintar de telefones, máquinas de escrever, ruídos eletrônicos, britadeiras de concreto, e você me beija e você me aperta, e você me leva para Creta Mikonos, Rodes, Patmos, Delos, e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo, tudo bem“

o que acontece comigo depois de um banho de palavras dele, de coisa funda mesmo, coisa triste, o que acontece é que sempre, mesmo depois do gosto amargo de café e cigarros (que sempre ficam depois de caio fernando) é essa vontade louca de estar com você, bonitinho .

05 novembro 2008

eles se sabiam desde o início. ela, cada vez indo mais fundo, afogando. ele, a salvação.
desde o começo a procura de mãos, inverno pela janela. eles se sabiam, superfície e profundeza;
a nudez dos fatos : ele iria embora. por medo, por cansaço, por falta de voz, não sabiam. ele iria embora.
tiveram noites de lucidez, pulavam estágios de conhecimento, o cobertor, o único conforto, diziam, quem sabe as pernas de um, o abraço do outro.
ela o sabia por saliva, por timbre, cansada de tudo que lhe era palpável demais.
ele a sabia por seio, unhas, sobrancelhas.
se sabiam, angústia e abismo. se sabiam, saudades.
solidão, que poeira leve...

12 outubro 2008

seus pensamentos eram tão corcundas que mais pareciam formas geométricas

08 outubro 2008

no meio das páginas que eu não conseguia ler, achei anotações que sempre estiveram ali, era a letra dela, e estavam apagadas. nas aspas eram eu você a ryane a virginia, ela havia escrito o que éramos e o que seríamos sempre : sou uma dessas pessoas simples que podem até ser antiquadas, mas acredito nas coisas duradouras - amor

01 outubro 2008

talvez tenha apenas tocado seu cabelo, talvez uma camiseta emprestada, um elogio, um sorriso, eu não sei mais.
estou tão descrente dessa coisa palpável, de ouvir vozes ver rostos retirar parênteses, ficar vendo minha capacidade de não ter medo sendo negada, ignorada.

29 setembro 2008

28 setembro 2008

273 músicas inventadas, sendo 200 com letra e melodia. muito amor, muito. chorava as vezes, saudade. e depois dizia coisas que eu não acreditava ter dito e eu não entendia que eu era só intermédio dessa loucura que me consumia as vezes e dava lugar pra tudo aquilo que eu achava que era paz. eu queria a minha paz, a sua paz. eu queria cantar mais, ficar rouca.

23 setembro 2008

era ontem. e eu só pensava no presente que ele havia me dado. domingo 23, era o nome. e me deu uma saudade de pensar em todos os presentes, vagas lembranças, livros feitos, salve jorge. e não era só mais isso o que importava, a gente sentia vontade de ser muito mais, a gente tinha vontade de abrir as janelas e encarar o frio a primavera e o medo que fazia lá fora. o frio de ontem. a gente tinha vontade de sambar o samba em prelúdio, de dizer ' meu amor sem você eu não sou ninguém' , a gente tinha vontade de dar as caras. saímos pela rua loucos de amor de tristeza de vontade imensa de ir em frente sem olhar pros lados pra rua suja pro pai desolado pra mãe na tv, não, não era isso que a gente esperava.a gente lembrava com tanto carinho daquela época e dizia baixinho que queríamos que isso acontecesse, mas sem olhar pra trás, só queríamos uma continuação boba impossível e bonita de tudo isso. a gente tinha tanto medo de se perder.

22 setembro 2008

dentro da alma, eu dizia, sem me queixar. não que eu sentisse dor, só não sabia dar nome pra tudo aquilo que vez ou outra me atacava e me prendia dentro do som que eu também não identificava, mas ouvia e ouvia e ouvia e repetia que aquilo era dentro da alma.

14 setembro 2008

as vezes, quando sinto sua falta, quando eu sei que você não está pensando em mim, ou quando nada parece suficientemente claro, eu te refaço, te invento do meu lado, cantando, dizendo qualquer coisa como essas que você dizia quando estava aqui. e aí quando faço isso, acho fácil continuar, apesar da dor súbida no ínicio, logo passa, e tudo que vejo é uma possibilidade de viver. é tão bom morrer de amor e continuar vivendo. penso assim, as vezes. lembrando de alguma coisa do caio fernando.

10 setembro 2008

eu tenho coisas pra te dizer, dessas coisas assim que não se dizem costumeiramente, sabe, dessas coisas tão difíceis de serem ditas que geralmente ficam caladas, porque nunca se sabe nem como serão ditas nem como serão ouvidas, compreende? olha, falta muito pouco tempo, e se eu não te disser agora talvez não diga nunca mais, porque tanto eu como você sentiremos uma falta enorme dessas coisas, e se elas não chegarem a ser ditas nem eu nem você nos sentiremos satisfeitos com tudo que existimos, porque elas não foram existidas completamente, entende, porque as vivemos apenas naquela dimensão em que é permitido viver. é que a gente tem tanto medo de penetrar naquilo que não sabe se terá coragem de viver (...)


você riu porque eu dizia que não era cantando desvairadamente até ficar rouco que você ia conseguir saber alguma coisa a respeito de si próprio, mas sabe, você tinha razão em rir daquele jeito porque eu também não tinha me dado conta de que enquanto ia dizendo aquelas coisas eu também cantava desvairadamente até ficar rouca, o que eu quero dizer é que nós dois cantamos desvairadamente até agora sem nos darmos contas, é por isso que estou tão rouca assim, não, não é dessa coisa de garganta que falo, é de uma outra de dentro, entende?

05 setembro 2008

o que restou de mim se estica através da cortina. o que restou está pegando o avião. não me interessa o conceito. perdi a credibilidade e impunidade de quem acredita. estou seca, e apesar disso, continuo. sempre se pode continuar.


uso uma camiseta sua pra lembrar da cama desfeita. do seu cheiro. me ocorre agora que você fugiu sem deixar respostas, só esse cheiro que não é de nada, só seu,e talvez de cigarro. o cigarro ainda de ontem. ainda quando as formas na parede existiam. ontem ainda tão cedo, ainda tão puro.

esqueço a dor e lembro que o amor é o que vem depois.

30 agosto 2008

o telefone tocou. parada cardíaca. seis horas da manhã; e eu fiquei ali pensando por que é que eu gosto tanto de viver. não sei.

22 agosto 2008




preciso de carinho pois eu quero ser compreendida. preciso saber que dia e hora ele passa por aqui e se ele ainda gosta de mim. preciso saber urgentemente por que é proibido pisar na grama.



01 agosto 2008

27 julho 2008

é sempre na manhã seguinte que escuto estes teus ruídos, os espamos, esses seus esquecimentos diários. é duvidoso esse seu jeito de olhar as vezes quando acorda, mexendo os pés até se sentir confortável, procurando cigarros ou um copo de água, mas não me vê, estou sempre esperando que me veja entre os travesseiros, te procurando me procurando na noite acordada de insônia de medo de angústia de sexo de procura. sempre te procuro. tenho medo de fechar os olhos, tenho que te dizer, é que não acredito em nós, estou descrente.uma possibilidade de amor, é claro, isso é o que lemos e o que tocamos, mas creio que não seja possível te achar, seus sonos são muito profundos .
sei que meu corpo sempre encontra o seu e sei que as luzes as vezes batem na janela e constroem formas confortáveis e nós sempre sorrimos quando isso acontece, sei disso como sei da minha procura. basta fé, não me atrevo a te escrever mais, só te peço fé, como aquele menino que deixa as janelas abertas esperando que o anjo volte, talvez as luzes apareçam e nos mostrem novamente formas assim bonitas, assim confortáveis, nossas. sol, cama, os travesseiros, os seus ruídos, a minha procura, nós em algum lugar tentando desesperadamente um encontro de mãos ( ou almas ) .

16 julho 2008

distance has no way distance has no way distance has no way

mas sempre me pergunto por que, raios, a gente tem que partir. Voltar, depois, quase impossível


e me perguntei todas as madrugadas em que a gente tocou no assunto, até que ponto isso iria? me lembrei tanto de uma frase antiga que costumava ler sem nunca fazer sentido e que de repente aquilo era meu mundo, você trancafiado e negado e obscuro e real ali dentro das minhas perguntas, ali naquela frase. chorei essa noite.me perdi tanto esses dias em que tentei fingir não
ser eu; porque você não aguenta essa nossa liberdade em relação aos silêncios. me dói tanto essa sua partida, esse seu impulso de vida, vem cá..quem sabe um café, um trago a mais, um dia, uma vida, porra, eu não sei o que fazer, não sei como lidar com os números e as combinações azuis e vermelhas e a relação que essas cores têm em comum,e as discussões sobre como tudo isso faz parte de uma só concepção ( somos nós em algum lugar ). porque você sabe que dói, porque você sabe que o amor devia ser mais bonito que isso, mentira, o amor é bonito e é azulzinho. é porque tudo isso anda trágico demais, excessivo, burro.


08 julho 2008

alguns minutos mais perto do nada.

a arte amarga, a modificação do homem, as palavras do mestre. ai mestre, que falta, que falta...
tudo é dúvida, inconstância, incerteza, quanta saudade. nego o mundo nego o mundo nego o mundo.

30 junho 2008

a espera é um negócio que eu não entendo.


os minutos, os finais de livros, são sempre esperas inquietas, desesperadoras.

27 junho 2008

essa urgência, essa urgência, corre corre e me acorda quando chegar, só não erra o caminho ok? acende um cigarrinho e fica em paz...não é tão complicado assim, olha só, vou te dizer, tá me ouvindo? olha pra mim vai. me dá um beijo aqui? e aqui? também pode? pára de rir de mim, eu não sou engraçada.espera, não é essa rua, nada de mortes por hoje. eu só quero chegar em casa mas é tão difícil a despedida. eu te amo eu te amo, muito. não vá banalizar o termo, não é por aí mas olha, vou te dizer aqui bem baixinho que eu também te amo embora odeie o também.

23 junho 2008

take me out tonight where there's music and there's people and they're young and alive. driving in your car i never never want to go home because i haven't got one anymore

e então nós chegamos e eu me senti viva. você me disse que não entendia o porque de tanta gente e eu ri e achei você bonito assim tão natural e te achei mais alto do que o de costume. e dançamos e bebemos e fumamos e rimos e conversamos e eu me entreguei e você se entregou. me senti viva. era tanta gente, você dizia,eu concordava, sempre rindo.me perdi muitas vezes mas não importava porque estávamos ali de fato. nos achamos e você me puxou pelo braço e eu assustei e você me disse que estava tudo bem e me abraçou e disse que me amava. me senti viva.

19 junho 2008

não te farei nenhuma pergunta embora precisasse não para te definir ou para te compreender, não preciso saber de onde vens assim como para me definires ou me compreenderes não precisas de nenhum dado concreto mas eu não te defino nem te compreendo, apenas sei que chegaste e que esta tua chegada modificará em mim todas as coisas que se tornaram suaves, todas as cordialidades ou amenidades que construí nesse tempo de absoluta sede. ansiava por ti como quem anseia pela salvação ou pela perdição porque qualquer coisa poderia me salvar desta imobilidade que me devasta por dentro. te direi apenas para sobreviver. já não quero mais sobreviver já não quero apenas ir adiante, é preciso que qualquer coisa abata esta letargia porque já não admiro precariedades por que não sei o que digo nem o que sinto(...)

digo isso porque sei que você não vai escutar, porque tenho medo que de alguma forma você me ouça gritando, por isso uso eufemismos, pra que você uma hora dessas encoste a mão no meu rosto como se inconscientemente quisesse um sorriso . e eu sempre sorrio.

14 junho 2008

como se eu estivesse deitada na cama, duas luzes muito fortes na minha direção, com os cobertores tão conhecidos. como se eu estivesse ali e ouvisse seus passos fortes subindo as escadas. eu sinto um pouco de náusea, os passos me entorpecem.

me lembro de todas as vezes que estive aqui, as luzes criam formas estranhas e se misturam com a fumaça que sobe aos poucos. o quarto está fechado e você nunca chega, as escadas são muito longas. olho pra todos os lados tentando achar algo que me conforte:um copo metade vazio, algumas anotações esquecidas, pequenas caixas que nunca abri e um cinzeiro, mas nada me faz ver você ( uma vez já fizeram ).
não sinto nada além dessa náusea, verdade que muitas vezes nesse mesmo lugar senti coisas boas, você sabe, aqueles pequenos pedaços de vida, agora é tudo um pouco estático, um pouco duro demais, não existe porta ou janela ou espaço pra fuga.fiquei presa na minha própria glória.

o problema é que você nunca chega, nunca chega, nunca chega, nunca chega, nunca chega, nunca chega, nunca chega mas eu continuo ouvindo os passos, ao longe.

07 junho 2008


fiz do meu prazer e da minha dor o meu destino disfarçado

tantas anotações inúteis 'o poeta é passaro errante' . faz um tempo estranho, um dia estranho. você me deixou aqui com tantas palavras

estão cantando cartola aqui
vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
lembro quando você dizia com ar de quem sabe das coisas, você dizia mestres são mestres e eu acreditava cegamente, era assim com cartola não era?

28 maio 2008

" Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às
vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a
outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação
inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida. "

23 maio 2008

you will take the heavy stuff and you will drive the car and i'll look out the window and make jokes about the way things are

o amor tirou todo o meu raciocínio lógico

toca a música, se fosse ontem quem sabe, se fosse...eu acharia piegas, riria de você, mas agora, tanta sujeira, tantos motivos pra não continuar, chaves, tintas, telefones, timbres, agora, só agora me deu vontade de te ligar e esquecer de tudo isso, essa tragédia inventada, lapidada,sabe? te ligar e dizer sobre pequenas epifanias, sobre aquele conto antigo, falar de milagres, do frio que faz, da coberta, da tv ligada, pequenos pedaços de vida que talvez sejam nossa vida ,você me dizendo segredos

if is just your heart talking, i don't mind...if you wanna call me darling, that's just fine, that's just fine.

08 maio 2008

não dói, já vou dizendo antes que me entenda mal : é confortável.
vem aqui, me dá um abraço, vou te dizer que eu quero. eu quero você, eu quero.- você é minha menina, não é?
claro que sim, senão não existiriam as madrugadas, os silêncios, o desperdício, até parece bonito. que enganação bonita, que atraso perfeito existir.

eu sei eu sei eu sei

01 maio 2008

você me dói bonito quando diz que o tempo não existe.

29 abril 2008

" Sinto a palavra do oceano, poeta. e me calo na tua frente, por seres quem és e por estares pálido nesta noite quase fria "

30 janeiro 2008

just like david

meus sonhos são uma brincadeira de mau gosto.