29 setembro 2008

28 setembro 2008

273 músicas inventadas, sendo 200 com letra e melodia. muito amor, muito. chorava as vezes, saudade. e depois dizia coisas que eu não acreditava ter dito e eu não entendia que eu era só intermédio dessa loucura que me consumia as vezes e dava lugar pra tudo aquilo que eu achava que era paz. eu queria a minha paz, a sua paz. eu queria cantar mais, ficar rouca.

23 setembro 2008

era ontem. e eu só pensava no presente que ele havia me dado. domingo 23, era o nome. e me deu uma saudade de pensar em todos os presentes, vagas lembranças, livros feitos, salve jorge. e não era só mais isso o que importava, a gente sentia vontade de ser muito mais, a gente tinha vontade de abrir as janelas e encarar o frio a primavera e o medo que fazia lá fora. o frio de ontem. a gente tinha vontade de sambar o samba em prelúdio, de dizer ' meu amor sem você eu não sou ninguém' , a gente tinha vontade de dar as caras. saímos pela rua loucos de amor de tristeza de vontade imensa de ir em frente sem olhar pros lados pra rua suja pro pai desolado pra mãe na tv, não, não era isso que a gente esperava.a gente lembrava com tanto carinho daquela época e dizia baixinho que queríamos que isso acontecesse, mas sem olhar pra trás, só queríamos uma continuação boba impossível e bonita de tudo isso. a gente tinha tanto medo de se perder.

22 setembro 2008

dentro da alma, eu dizia, sem me queixar. não que eu sentisse dor, só não sabia dar nome pra tudo aquilo que vez ou outra me atacava e me prendia dentro do som que eu também não identificava, mas ouvia e ouvia e ouvia e repetia que aquilo era dentro da alma.

14 setembro 2008

as vezes, quando sinto sua falta, quando eu sei que você não está pensando em mim, ou quando nada parece suficientemente claro, eu te refaço, te invento do meu lado, cantando, dizendo qualquer coisa como essas que você dizia quando estava aqui. e aí quando faço isso, acho fácil continuar, apesar da dor súbida no ínicio, logo passa, e tudo que vejo é uma possibilidade de viver. é tão bom morrer de amor e continuar vivendo. penso assim, as vezes. lembrando de alguma coisa do caio fernando.

10 setembro 2008

eu tenho coisas pra te dizer, dessas coisas assim que não se dizem costumeiramente, sabe, dessas coisas tão difíceis de serem ditas que geralmente ficam caladas, porque nunca se sabe nem como serão ditas nem como serão ouvidas, compreende? olha, falta muito pouco tempo, e se eu não te disser agora talvez não diga nunca mais, porque tanto eu como você sentiremos uma falta enorme dessas coisas, e se elas não chegarem a ser ditas nem eu nem você nos sentiremos satisfeitos com tudo que existimos, porque elas não foram existidas completamente, entende, porque as vivemos apenas naquela dimensão em que é permitido viver. é que a gente tem tanto medo de penetrar naquilo que não sabe se terá coragem de viver (...)


você riu porque eu dizia que não era cantando desvairadamente até ficar rouco que você ia conseguir saber alguma coisa a respeito de si próprio, mas sabe, você tinha razão em rir daquele jeito porque eu também não tinha me dado conta de que enquanto ia dizendo aquelas coisas eu também cantava desvairadamente até ficar rouca, o que eu quero dizer é que nós dois cantamos desvairadamente até agora sem nos darmos contas, é por isso que estou tão rouca assim, não, não é dessa coisa de garganta que falo, é de uma outra de dentro, entende?

05 setembro 2008

o que restou de mim se estica através da cortina. o que restou está pegando o avião. não me interessa o conceito. perdi a credibilidade e impunidade de quem acredita. estou seca, e apesar disso, continuo. sempre se pode continuar.


uso uma camiseta sua pra lembrar da cama desfeita. do seu cheiro. me ocorre agora que você fugiu sem deixar respostas, só esse cheiro que não é de nada, só seu,e talvez de cigarro. o cigarro ainda de ontem. ainda quando as formas na parede existiam. ontem ainda tão cedo, ainda tão puro.

esqueço a dor e lembro que o amor é o que vem depois.