eles se sabiam desde o início. ela, cada vez indo mais fundo, afogando. ele, a salvação.
desde o começo a procura de mãos, inverno pela janela. eles se sabiam, superfície e profundeza;
a nudez dos fatos : ele iria embora. por medo, por cansaço, por falta de voz, não sabiam. ele iria embora.
tiveram noites de lucidez, pulavam estágios de conhecimento, o cobertor, o único conforto, diziam, quem sabe as pernas de um, o abraço do outro.
ela o sabia por saliva, por timbre, cansada de tudo que lhe era palpável demais.
ele a sabia por seio, unhas, sobrancelhas.
se sabiam, angústia e abismo. se sabiam, saudades.
05 novembro 2008
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Um comentário:
não diria afogando, mas vivendo o que tinha que ser vivido e sentido
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