30 junho 2008

a espera é um negócio que eu não entendo.


os minutos, os finais de livros, são sempre esperas inquietas, desesperadoras.

27 junho 2008

essa urgência, essa urgência, corre corre e me acorda quando chegar, só não erra o caminho ok? acende um cigarrinho e fica em paz...não é tão complicado assim, olha só, vou te dizer, tá me ouvindo? olha pra mim vai. me dá um beijo aqui? e aqui? também pode? pára de rir de mim, eu não sou engraçada.espera, não é essa rua, nada de mortes por hoje. eu só quero chegar em casa mas é tão difícil a despedida. eu te amo eu te amo, muito. não vá banalizar o termo, não é por aí mas olha, vou te dizer aqui bem baixinho que eu também te amo embora odeie o também.

23 junho 2008

take me out tonight where there's music and there's people and they're young and alive. driving in your car i never never want to go home because i haven't got one anymore

e então nós chegamos e eu me senti viva. você me disse que não entendia o porque de tanta gente e eu ri e achei você bonito assim tão natural e te achei mais alto do que o de costume. e dançamos e bebemos e fumamos e rimos e conversamos e eu me entreguei e você se entregou. me senti viva. era tanta gente, você dizia,eu concordava, sempre rindo.me perdi muitas vezes mas não importava porque estávamos ali de fato. nos achamos e você me puxou pelo braço e eu assustei e você me disse que estava tudo bem e me abraçou e disse que me amava. me senti viva.

19 junho 2008

não te farei nenhuma pergunta embora precisasse não para te definir ou para te compreender, não preciso saber de onde vens assim como para me definires ou me compreenderes não precisas de nenhum dado concreto mas eu não te defino nem te compreendo, apenas sei que chegaste e que esta tua chegada modificará em mim todas as coisas que se tornaram suaves, todas as cordialidades ou amenidades que construí nesse tempo de absoluta sede. ansiava por ti como quem anseia pela salvação ou pela perdição porque qualquer coisa poderia me salvar desta imobilidade que me devasta por dentro. te direi apenas para sobreviver. já não quero mais sobreviver já não quero apenas ir adiante, é preciso que qualquer coisa abata esta letargia porque já não admiro precariedades por que não sei o que digo nem o que sinto(...)

digo isso porque sei que você não vai escutar, porque tenho medo que de alguma forma você me ouça gritando, por isso uso eufemismos, pra que você uma hora dessas encoste a mão no meu rosto como se inconscientemente quisesse um sorriso . e eu sempre sorrio.

14 junho 2008

como se eu estivesse deitada na cama, duas luzes muito fortes na minha direção, com os cobertores tão conhecidos. como se eu estivesse ali e ouvisse seus passos fortes subindo as escadas. eu sinto um pouco de náusea, os passos me entorpecem.

me lembro de todas as vezes que estive aqui, as luzes criam formas estranhas e se misturam com a fumaça que sobe aos poucos. o quarto está fechado e você nunca chega, as escadas são muito longas. olho pra todos os lados tentando achar algo que me conforte:um copo metade vazio, algumas anotações esquecidas, pequenas caixas que nunca abri e um cinzeiro, mas nada me faz ver você ( uma vez já fizeram ).
não sinto nada além dessa náusea, verdade que muitas vezes nesse mesmo lugar senti coisas boas, você sabe, aqueles pequenos pedaços de vida, agora é tudo um pouco estático, um pouco duro demais, não existe porta ou janela ou espaço pra fuga.fiquei presa na minha própria glória.

o problema é que você nunca chega, nunca chega, nunca chega, nunca chega, nunca chega, nunca chega, nunca chega mas eu continuo ouvindo os passos, ao longe.

07 junho 2008


fiz do meu prazer e da minha dor o meu destino disfarçado

tantas anotações inúteis 'o poeta é passaro errante' . faz um tempo estranho, um dia estranho. você me deixou aqui com tantas palavras

estão cantando cartola aqui
vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
lembro quando você dizia com ar de quem sabe das coisas, você dizia mestres são mestres e eu acreditava cegamente, era assim com cartola não era?