27 julho 2008

é sempre na manhã seguinte que escuto estes teus ruídos, os espamos, esses seus esquecimentos diários. é duvidoso esse seu jeito de olhar as vezes quando acorda, mexendo os pés até se sentir confortável, procurando cigarros ou um copo de água, mas não me vê, estou sempre esperando que me veja entre os travesseiros, te procurando me procurando na noite acordada de insônia de medo de angústia de sexo de procura. sempre te procuro. tenho medo de fechar os olhos, tenho que te dizer, é que não acredito em nós, estou descrente.uma possibilidade de amor, é claro, isso é o que lemos e o que tocamos, mas creio que não seja possível te achar, seus sonos são muito profundos .
sei que meu corpo sempre encontra o seu e sei que as luzes as vezes batem na janela e constroem formas confortáveis e nós sempre sorrimos quando isso acontece, sei disso como sei da minha procura. basta fé, não me atrevo a te escrever mais, só te peço fé, como aquele menino que deixa as janelas abertas esperando que o anjo volte, talvez as luzes apareçam e nos mostrem novamente formas assim bonitas, assim confortáveis, nossas. sol, cama, os travesseiros, os seus ruídos, a minha procura, nós em algum lugar tentando desesperadamente um encontro de mãos ( ou almas ) .

3 comentários:

Marcella Klimuk disse...

falta um encontro de almas.

Ligia Carrasco disse...

você me ensinou que a vida sempre volta e não demora. deixa doer se estiver doendo. você me disse "depois da tempestade vem a calmaria".
então espera que nenhuma tempestade é eterna, a vida já volta.

Anônimo disse...

sem descrença, por favor.
é a fé que que nos move. as coisas ruins passam.
all things must pass.