18 novembro 2008

Tu me acostumbraste, a todas esas cosas
Y tu me enseñaste, que son maravillosas

Sutil llegaste a mi como una tentación
Llenando de inquietud mi corazón

Yo no yo no concebia como se quería
En tu mundo raro y por ti aprendí
Por eso me pregunto al ver que me olvidaste
Por que no me enseñaste cómo se vive sin ti

10 novembro 2008

não existe anestesia.


saí dali sem querer falar, sem querer olhar na sua cara. eu queria era fumar um cigarro, sair correndo, mas tava chovendo e eu tinha que ficar ali parada, tentando digerir todas as palavras que mal tinham descido guela abaixo. eu fiquei ali pensando em como dói ter a certeza de que não existe anestesia nenhuma, eu estava completamente lúcida, seca, real. aqueles dois.




não existe anestesia pra dor que é a palavra

08 novembro 2008

“{…} no fim desses dias encontrar você que me sorri, que me abre os braços, que me abençoa, e passa a mão na minha cara marcada, no que resta de cabelos na minha cabeça confusa, que me olha no olho e me permite mergulhar no fundo quente da curva do teu olho. Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços, você cobre com a boca meus ouvidos entupidos de buzinas, versos interrompidos, escapamentos abertos, tilintar de telefones, máquinas de escrever, ruídos eletrônicos, britadeiras de concreto, e você me beija e você me aperta, e você me leva para Creta Mikonos, Rodes, Patmos, Delos, e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo, tudo bem“

o que acontece comigo depois de um banho de palavras dele, de coisa funda mesmo, coisa triste, o que acontece é que sempre, mesmo depois do gosto amargo de café e cigarros (que sempre ficam depois de caio fernando) é essa vontade louca de estar com você, bonitinho .

05 novembro 2008

eles se sabiam desde o início. ela, cada vez indo mais fundo, afogando. ele, a salvação.
desde o começo a procura de mãos, inverno pela janela. eles se sabiam, superfície e profundeza;
a nudez dos fatos : ele iria embora. por medo, por cansaço, por falta de voz, não sabiam. ele iria embora.
tiveram noites de lucidez, pulavam estágios de conhecimento, o cobertor, o único conforto, diziam, quem sabe as pernas de um, o abraço do outro.
ela o sabia por saliva, por timbre, cansada de tudo que lhe era palpável demais.
ele a sabia por seio, unhas, sobrancelhas.
se sabiam, angústia e abismo. se sabiam, saudades.
solidão, que poeira leve...