27 julho 2008

é sempre na manhã seguinte que escuto estes teus ruídos, os espamos, esses seus esquecimentos diários. é duvidoso esse seu jeito de olhar as vezes quando acorda, mexendo os pés até se sentir confortável, procurando cigarros ou um copo de água, mas não me vê, estou sempre esperando que me veja entre os travesseiros, te procurando me procurando na noite acordada de insônia de medo de angústia de sexo de procura. sempre te procuro. tenho medo de fechar os olhos, tenho que te dizer, é que não acredito em nós, estou descrente.uma possibilidade de amor, é claro, isso é o que lemos e o que tocamos, mas creio que não seja possível te achar, seus sonos são muito profundos .
sei que meu corpo sempre encontra o seu e sei que as luzes as vezes batem na janela e constroem formas confortáveis e nós sempre sorrimos quando isso acontece, sei disso como sei da minha procura. basta fé, não me atrevo a te escrever mais, só te peço fé, como aquele menino que deixa as janelas abertas esperando que o anjo volte, talvez as luzes apareçam e nos mostrem novamente formas assim bonitas, assim confortáveis, nossas. sol, cama, os travesseiros, os seus ruídos, a minha procura, nós em algum lugar tentando desesperadamente um encontro de mãos ( ou almas ) .

16 julho 2008

distance has no way distance has no way distance has no way

mas sempre me pergunto por que, raios, a gente tem que partir. Voltar, depois, quase impossível


e me perguntei todas as madrugadas em que a gente tocou no assunto, até que ponto isso iria? me lembrei tanto de uma frase antiga que costumava ler sem nunca fazer sentido e que de repente aquilo era meu mundo, você trancafiado e negado e obscuro e real ali dentro das minhas perguntas, ali naquela frase. chorei essa noite.me perdi tanto esses dias em que tentei fingir não
ser eu; porque você não aguenta essa nossa liberdade em relação aos silêncios. me dói tanto essa sua partida, esse seu impulso de vida, vem cá..quem sabe um café, um trago a mais, um dia, uma vida, porra, eu não sei o que fazer, não sei como lidar com os números e as combinações azuis e vermelhas e a relação que essas cores têm em comum,e as discussões sobre como tudo isso faz parte de uma só concepção ( somos nós em algum lugar ). porque você sabe que dói, porque você sabe que o amor devia ser mais bonito que isso, mentira, o amor é bonito e é azulzinho. é porque tudo isso anda trágico demais, excessivo, burro.


08 julho 2008

alguns minutos mais perto do nada.

a arte amarga, a modificação do homem, as palavras do mestre. ai mestre, que falta, que falta...
tudo é dúvida, inconstância, incerteza, quanta saudade. nego o mundo nego o mundo nego o mundo.