20 setembro 2011

diálogo infinito sobre a poesia ( um pouco piegas )

pode ser que seja
essa farsa exausta
da Academia -
alguém dizendo
obviamentes
e etecéteras
numa linguagem rebuscada.

pode ser que seja
a minha eterna essência
melancólica,
essa triste condição -
nem a vida
nem a morte
como salvação
e por isso
o tédio.

pode ser que seja
o momento
em que,
desesperada,
amortecida,
sua mão
se estende
negando todo o medo
que cerca minha
mente nebulosa.

pode ser que seja
dentro do meu peito
a vontade de amar
tão profundamente
ultrapassando os limites
do obscuro
e transofrmando
a minha poesia.


09 setembro 2011

pretinha,
só de pensar
nos dias
e dias
que expandimos
a mente
- como agora
enquanto te escrevo -
me vem uma vontade súbita
de dizer:
fica.


pretinha,
só de pensar
no samba em prelúdio
e nesse teu coração
é que percebo
o quanto não posso crer
nas tuas reticências
....
.............
...................
..........................................
....................................
..............
...
elas
são
tristes
demais.

24 agosto 2011


I -

se te penso
exausta,
triste passado,
é porque não há mais em ti salvação
essa ponte quebradiça, pássaro manco
memória gasta que
passeia
por entre as cinzas
dos cigarros
que apaguei no peito.


II -

ainda pela beleza
que existe no agora
te vejo em minha frente
percebo os seus menores hábitos
enquanto escolho
o melhor gesto - no momento você está apoiando o braço no próprio rosto
resolvo te amar
sem volta.

31 julho 2011

por toda poesia que existe
nesse seu sorriso,
te dedico a primeira escrita,
de muitas que virão.


para agradecer toda a inspiração queria dizer cortázar, queria o melhor conceito de poesia pra você ficar com esse olhar que eu nunca tinha visto até então. o conforto do reconhecimento -porque te enxergar agora é o que consigo fazer de melhor.

11 maio 2011

na memória gasta
vasculho,
ingênua
absurda,
a perfeiçao dos fatos

seu sorriso
encravado
na minha alma

03 maio 2011

autodiegético
o texto que escrevo.
narro
o vazio que é
a vida
na primeira pessoa
do singular.

02 fevereiro 2011

escrevo meu coração, meu estado de espírito

nele se encontra a saudade
minha casa
meu cão
minha cama e você nela, sorrindo
simplicidade

20 janeiro 2011

nessa noite sem fim
tenho medo.

13 janeiro 2011

Tu queres sono: despe-te dos ruídos, e
dos restos do dia, tira da tua boca
o punhal e o trânsito, sombras de
teus gritos, e roupas, choros, cordas e
também as faces que assomam sobre a
tua sonora forma de dar, e os outros corpos
que se deitam e se pisam, e as moscas
que sobrevoam o cadáver do teu pai, e a dor
[ (não ouças)
que se prepara para carpir tua vigília, e os
[ cantos que
esqueceram teus braços e tantos movimentos
que perdem teus silêncios, o os ventos altos
que não dormem, que te olham da janela
e em tua porta penetram como loucos
pois nada te abandona nem tu ao sono.



Ana Cristina Cesar