07 agosto 2013

por piedade ausentou-se
e na ausência, pura audácia
 não soube
um verso que coubesse
o descomedido pavor:

acalentou-se de silêncios,
ousados murmurinhos de
lamento.
só e de livre arbítrio, tomou-se por vencido,
na palavra só é possível errar




04 junho 2013

minha mente é natureza duvidosa
 refina apenas
 cinzas de cigarro.
inútil,
transborda em lixo
poético.
transforma em torpe lucidez
as esquisitices
que o amor produz.
eu também não vejo
alarde
não morro
nem
nada.
movendo-me em verdade,
os tremores avançam.
vejo -
sou eu,
descompassada,
sóbria em desejos
tomada por silêncios
de múltiplos
espíritos,
quem vos fala:

clareio
esvazio

 asseguro.
essa haste
se rompeu

31 maio 2013

distancio-me.

se vês bem
 repara

neste solo
(semântico)
fervilha
minha esperança.

28 maio 2013

por puro afrontamento
busco minudências
- aneis de prata, sombras na parede,  timbres,
seu sorriso.
um equilíbrio infindável, piedoso.

inverto os papéis,
abomino as catástrofes do
tempo.
o presente é
outro.

13 maio 2013

I

confio nas distrações da
noite,
vejo uma estrela
     penso estrela

...
.......

...............................

II

- refuto a verdade absoluta do meu
corpo
e flutuo
nas frestas
  da memória da pele -
no coração de Antares 
minha eterna
obsessão:

num rio que não se move,
tu te encontras exatamente
no mesmo lugar -
ignoras teu peito que
GRITA;

 III

no teu mais singelo ato,
nos trejeitos mais comuns de sua natureza (fuma cigarros com inegável charme),
nada em mim
pode dizer
a grandeza deste fato - consumado, destinado, mil vezes incansável -
já não existe em mim a palavra esquecimento.

27 março 2013

23 março 2013

ora (direis) ouvir estrelas

no acaso da poesia
um grande silêncio,

branco na página.

galáxias e constelações,
universos...
dissonâncias sonoras
multiversos de poeira estelar....

09 fevereiro 2013


 a realidade - quem diria -
uma mulher ao lado de um homem;
uma casa pra cuidar, as ervas prontas pra colheita
uma gata, tão bonita, descansando na cama